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ABRAFE participa de reunião estratégica com o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre tarifas norte-americanas

A ABRAFE — Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e de Silício Metálico —, representada pelo seu Diretor Executivo Bruno Parreiras, participou em Brasília da reunião do setor industrial com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Também estiveram presentes o presidente do SINFERSI, Alexandre Amaral, e o presidente do SINDIFER, Fausto Varela.

A reunião marca o início dos trabalhos do comitê de emergência criado pelo governo federal para avaliar os impactos e definir estratégias diante da recente decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros — medida que, somada às tarifas antidumping e compensatórias já impostas ao ferrosilício brasileiro, representa um grave desafio ao setor.

O setor brasileiro de ferroligas e silício metálico exporta cerca de 800 mil toneladas por ano, sendo aproximadamente 20% destinadas ao mercado norte-americano.

Para compreender melhor esse impacto, veja, nos gráficos abaixo, a importância do mercado americano para o setor:

Posicionamento da ABRAFE:


A ABRAFE — Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e de Silício Metálico manifesta profunda preocupação com o anúncio recente do governo dos Estados Unidos sobre a imposição de tarifas de até 50% sobre as importações de produtos brasileiros.

O setor de ferroligas e silício metálico exporta anualmente cerca de 800 mil toneladas, das quais aproximadamente 20% têm como destino os Estados Unidos. A elevação abrupta das tarifas compromete seriamente a competitividade dos produtos brasileiros nesse mercado, historicamente relevante para a balança comercial do setor.

A medida representa mais um grave obstáculo às exportações nacionais, somando-se às tarifas antidumping e compensatórias (AD/CVD) impostas desde março de 2024 sobre o ferrosilício brasileiro — que já resultaram em alíquotas preliminares de até 61% para algumas empresas. Em paralelo, a União Europeia iniciou, em dezembro de 2024, uma investigação de salvaguardas que aprofunda a instabilidade regulatória e comercial enfrentada pelo setor.

Além das barreiras externas, o setor enfrenta um aumento preocupante nas importações de ferro-manganês da Índia e de silício metálico da China, que têm pressionado o mercado interno. Apenas no primeiro trimestre de 2025, o volume dessas importações já equivale a todo o registrado no ano de 2020.

“Estamos diante de um cenário extremamente desafiador, que exige resposta articulada e urgente. Tarifas dessa magnitude não apenas distorcem o comércio, mas colocam em risco a sustentabilidade de uma cadeia produtiva que é estratégica para o Brasil”.

“O que está em jogo é muito mais do que a saúde de nossas empresas. É a preservação de uma cadeia produtiva que gera mais de 62 mil empregos, contribui para o desenvolvimento regional e tem um papel estratégico para a economia brasileira. Nossa indústria é eficiente, competitiva e sustentável, mas precisa de condições justas para competir”.

Resultados  da reunião:

Na reunião no MDIC, com representantes da indústria, houve consenso entre os participantes quanto à gravidade da situação enfrentada com as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Os principais pontos destacados foram:

          • A imposição de tarifas de até 50% é insustentável para as empresas;

          • Não há possibilidade real de redirecionamento da produção para outros mercados;

          • Os prejuízos são irreparáveis;

          • O impacto afeta não apenas a saúde financeira das empresas, mas também empregos e a microeconomia regional;

          • A melhor alternativa é buscar negociação, e não retaliação;

          • A CNI propôs solicitar ao governo americano uma prorrogação de 90 dias para tentar alcançar um entendimento;

          • A FIESP sugeriu a reativação do Conselho de CEOs Brasil-EUA como canal de diálogo empresarial bilateral.

Resposta do Governo:

          • Agradeceu a manifestação do setor e destacou a importância da união entre governo e iniciativa privada na construção de soluções;

          • Informou que ainda não há um canal formal de interlocução com o governo americano;

          • Solicitou que as empresas exportadoras brasileiras incentivem seus parceiros norte-americanos a buscarem diálogo com as autoridades dos EUA;

          • Reforçou o compromisso do governo com a busca por uma solução negociada.


Considerações finais:

A ABRAFE tem mantido uma postura propositiva, atuando em articulação com o Ministério das Relações Exteriores, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e a Câmara de Comércio Exterior (Camex), em busca de soluções diplomáticas e institucionais que assegurem condições equitativas de concorrência.

A ABRAFE segue firme na defesa da indústria brasileira — eficiente, competitiva e sustentável — e no compromisso com o comércio justo, a cooperação internacional e o fortalecimento da produção nacional.

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